Série relatos – Cecília – Clinica de recuperação em São Paulo
veja ainda:
Série relatos – Rita – Clínica de recuperação em São Paulo
14 OPÇÕES DE CLÍNICAS DE REABILITAÇÃO EM SÃO PAULO – CLÍNICAS DE RECUPERAÇÃO EM SP
Série relatos – Carlos Eduardo – Clínica de recuperação em SP
Clínicas especializadas no tratamento de dependência química e alcoólica , encontre aqui.
Entre em contato com nossos atendentes.
Série relatos – Cecília – Clinica de recuperação em São Paulo
Nosso artigo de hoje , está abrindo uma série que trará relatos de pacientes de dependência química e alcoólica , bem como o de alguns familiares que enfrentaram a batalha da recuperação. Temos
por objetivo reafirmar o quê a medicina diz sobre o assunto: somente um tratamento especializado pode , de fato , reabilitar uma pessoa por completo , ou seja: psicológica , física e
socialmente.
Portanto , se você está indeciso quanto a procurar tratamento especializado para si ou para um familiar , venha conosco até o final desse texto e conheça algumas experiências.
Boa leitura!
Os nomes verdadeiros foram substituídos para preservar a imagem dos colaboradores dessa matéria.
Cecília , 57 anos.
“ Bom ,gente , minha experiência – nada agradável – com as drogas começou no inverno 1977.
Segunda filha de um casal de classe média alta , meu pai era engenheiro de uma petroleira e
minha mãe dona de uma boutique (quase um clube para as amigas da alta roda),
com um irmão (que tenho ainda , graças a Deus!) 5 anos mais velho que eu.
Morávamos no litoral sul de São Paulo.
Série relatos – Cecília – Clinica de recuperação em São Paulo
Época boa , em que podíamos brincar na rua , na praia e , no meu caso especifico , onde eu me sentia acolhida pelos amigos , uma vez que vida familiar era raro.
Mas , eu era uma menina de 12 para 13 anos , e meninas (pelos menos as da minha classe social ) não andavam em “turmas de praia” como eu fazia.
Foi numa dessas turmas que conheci o skate , e me dei super bem com aquele brinquedinho que era , à época , “exclusividade” para os meninos.
Por conta disso , é óbvio , passei a ser olhada , ainda mais , sob o ponto de vista preconceituoso da “minha casta” (ironia).
O pessoal do “prédio” , recomendava às meninas e meninos que se mantivessem afastados , pois eu não passava de uma “desviada” dos bons costumes.
Foi então , que numa crise de identidade ( claro, eu não sabia denominar da forma como hoje faço) , sentada com meu skate , na praia , chorando , conheci uma pessoa… era um outro solitário , e skatista ,opaaa!! (vamos chamá-lo de Jorge)
Jorge era 7 anos mais velho que eu , um cara descolado (mas , devo dizer que nunca tentou absolutamente nada em termos sexuais) .
Nossa identificação , a principio , era o skate e a solidão que a gente sentia.
Então aconteceu… Uma tarde , horário de sempre , fui para o calçadão da praia andar de skate e , claro , encontrar meu amigo Jorge.
Cheguei por trás , meio que querendo fazer uma surpresa e foi então que eu me surpreendi. Jorge estava enrolando um baseado…
Ele acendeu , não me ofereceu …mas eu disse: quero experimentar! Experimentei , gostei , quis mais…
Como meus pais eram muito ausentes , a compensação vinha em forma de dinheiro.
Minha mesada era bem gorda.
Foi então que eu pedi para o Jorge comprar para mim , já que ele conhecia o caminho das pedras.
Na minha primeira investida , ele se negou a intermediar a coisa.
Então eu disse: tudo bem , eu me viro.
E ele sabia que eu me viraria… então , de um jeito ou de outro , tentou me preservar de chegar próxima ao tráfico.
O tempo foi passando e chegamos no verão…
E sabe por quê fiz questão de ressaltar que chegamos ao verão?
Porque meu amigo Jorge continuava a usar camisetas de mangas longas com aquele puta sol quente… até que um dia , eu falei : vamos dar um mergulho ? Jorge respondeu ,
vamos… (mas não tirou a camiseta).
Eu , brincando com ele , perguntei se estava com vergonha de ser tão magrelo e levantei a manga da camiseta. O braço dele era um amontoado de hematomas
e “picadas”…
Uauuuu!
Se vocês pensam que eu me choquei , estão enganados.
Eu queria saber mais sobre aquela “viagem” que o Jorge fazia.
Mais uma vez ele me explicou. Mais uma vez ele se negou a me “prisar”.
Só que , a essa altura do campeonato , eu já conhecia alguns contatos.
E , como nem todo mundo se importava com uma “cocota” ( era essa a gíria ) louquinha que tinha dinheiro ,
não foi nada difícil eu encontrar o fornecedor de cocaína , que também fez a vez de instrutor de injeção.
Meu inferno começou aí.
Foram 3 anos mergulhada no fundo do poço.
Nessa época , as clínicas para tratar dependência química eram raridade
( alias , se ainda hoje somos vistos como pessoas com desvio de caráter , imagine naquele tempo? ) , por conta disso , passei por vários
hospitais psiquiátricos , convivendo com as mais diversas doenças mentais , tomando medicamentos que me transformavam em um zumbi e , quando saia … ao primeiro descuido , recaia.
Foi então que meu pai , em uma viagem aos Estados Unidos , ficou sabendo de uma clínica que tratava exclusivamente de dependentes químicos.
Passei um ano em tratamento nessa instituição.
Os primeiros 3 meses foram os mais difíceis por conta do idioma , principalmente nas sessões de terapia.
Porém , os terapeutas souberam como substituir as longas conversar por exercícios de
desenho , pintura onde eu podia me expressar.
Quando terminei o tratamento , permaneci nos Estados Unidos por mais 1 ano. (Eu e minha família preferimos assim).
Voltei ao Brasil como se estivesse vindo para conhecê-lo , uma pessoa nova habitava em mim.
Claro , quis saber do meu amigo Jorge ,
e contar para ele que nesse tratamento eu consegui descobrir o que me faltava , consegui tratar
o que me levava a esconder atrás das drogas .
Não o encontrei.
O dono do quiosque (que antes vendia milho cozido num carrinho) me contou , o Jorge “viajou” e não voltou.
Tudo o que contei para vocês aqui , não teve o intuito de responsabilizar meus pais , o Jorge , o traficante … hoje , não mais.
O que eu quero dizer é , que somente com tratamento voltado para a dependência pode nos resgatar dos “efeitos” para
que possamos sanar as “causas” .
Só sabendo o que origina a brecha que as drogas suprem , é que podemos , com sorte , nos reiniciar.
E por falar em sorte , sim , eu tive muita.
De todo o sofrimento , recebi todo apoio e carinho dos meus pais ,aqueles que eu sentia ausentes.
Hoje , sei que eles também eram pessoas com seus dramas e limitações.
Enfim , gente , a prevenção é o melhor remédio para lidar com drogas porém , se não foi possível evitar , pode (e deve ) ser
tratada por profissionais especializados .
Não hesite em buscar ajuda , o caminho pode ficar mais fácil.
Mas ,já vou adiantando: não é. Força de vontade , apoio da família e um tratamento humanizado são imprescindíveis.
Espero , do fundo do coração , ter ajudado vocês a tomarem uma decisão. Amor à vida é o que eu desejo a todos.
Um grande abraço! “
Clínica para Tratamento da dependência química e alcoólica / Codependência familiar / Masculina / Feminina/ Mista / Adolescente
Tratamentos
- Centro de reabilitação de usuários de drogas e álcool
- Centro de reabilitação de drogas e alcool
- Clínica para recuperação para dependentes alcoólicos
- Internação involuntária, como proceder
- Internação involuntária para dependentes químicos
- Tratamento complementar com ibogaína e canabidiol
- Terapia individuais e em grupo
- Terapia familiar
Trabalhamos com os Convênios Médicos:
- Bradesco
- Sulamérica
- Amil
- Unimed Central Nacional
- Unimed RJ
- Porto Seguro
(Para outros planos de saúde , consulte nossa central)