As vezes surgem algumas notícias sobre famosos que estão internados em clínicas de reabilitação / recuperação para se tratarem da dependência de álcool, drogas e medicamentos também. Mais do que uma fuga da realidade para uma fase conturbada, esses espaços servem para pessoas que desejam combater um vício de álcool, drogas e medicamentos e aprender a controlá-lo. Saiba mais a respeito:
1. Geralmente os casos mais indicados para as internações são os de pessoas bem deprimidas com risco de suicídio, com esquizofrenia e outras psicoses em estados descompensados, transtornos alimentares graves por muitas das vezes e dependência de álcool, drogas, ou medicamentos controlados com padrões compulsivos e descontrolados.
2. A internação para dependentes químicos ou alcoólicas é necessária quando a pessoa perde totalmente juízo crítico da realidade, tem tendências suicidas e/ou pode colocar em risco os outros ou a si mesmos.
3. A tendência mundial baseada em estudos científicos é sempre estsr evitando a internação em clínica fechada involuntária e buscar algumas alternativas de tratamentos em programas de inclusão social, inclusive hospital dia, grupos de apoio em igrejas ou até mesmo reuniões de Narcóticos Anônimos e Alcoólicos Anônimos.
4. São raros os casos de internação para viciados em internet ou para compradores compulsivos. Existem algumas estratégias terapêuticas mais efetivas nestes casos.
5. Nenhuma proposta de clínica de reabilitação / recuperação faz uma pessoa parar de usar drogas ou de consumir o álcool, por exemplo, mas ensina a pessoa a viver sem e ferramentas super úteis para se viver bem, então a chance do dependente químico ou do álcoolatrá parar de usar aumenta drasticamente.
7. Cada pessoa é única. Não há um padrão a ser seguido no tratamento, assim como não é possível determinar previamente a duração do tratamento na clínica de reabilitação / recuperação. Em geral, os tratamentos para dependentes químicos e álcoolatrás envolvem medicamentos(caso necessário), alimentação controlada, diversas dinâmicas de grupo, sessões individuais com psiquiatrasituações e psicólogas, atividades recreativas e de lazer (como artesanato), palestras, filmes, terapia familiar, depoimentos de ex-pacientes, produção de um diário ou de um inventário da doença. E, principalmente, orientação sobre técnicas de prevenção de recaída (P. P. R) por meio do ganho de crítica, mudança total no estilo de vida (crenças e valores) e incentivo a aprender a pedir ajuda e ajudar os outros.
8. Toda clínica de recuperação / reabilitação tem suas especificações próprias. Receber visitas a cada 30 dias geralmente faz parte da estratégia de socialização e manejo dos estímulos externos, mas a forma e a frequência como são realizadas dependem da evolução de cada caso.
9. Apenas a realização do programa recomendado não extermina com a dependência química nem com o alcoolismo. O sucesso depende da necessidade e, sobretudo, da vontade da própria pessoa de mudar o estilo de vida radicalmente por muitas das vezes. Muitas vezes a pessoa quer se ajudar sim, mas, por conta das alterações químicas no cérebro, ela não consegue sozinha quase sempre. A expectativa da família é de que a pessoa esteja curada ao receber alta, mas, na realidade, as clínicas fechadas tratam da crise e não da doença em si.
10. Algumas pessoas costumam confundir internação para dependentes quimicos ou alcoolistas como sinônimo de gravidade, muitas vezes adiando a tomada de decisão e piorando o quadro clínico do paciente, como forma de controlar as aparências do indivíduo. Clínica de reabilitação / recuperação não tem nada a ver com o conceito antigo de “hospício”, no sentido de confinamento e não tratamento. E muito menos trata-se de uma espécie de hotel fazenda ou spa luxuoso. Há quem veja a internação de dependentes como fuga das pressões da realidade, e não um lugar de trabalho para se enfrentar as mesmas.
11. Em geral, as clínicas de recuperação em locais de acesso restrito para proteger a privacidade de quem as frequenta e propiciar o controle na quantidade e intensidade dos estímulos que o paciente pode suportar antes de receber alta médica.
12. Se a pessoa for muito resistente à internação em clínicas, a família pode autorizar o psiquiatra a fazer o tratamento contra a vontade dele. Porém, é preciso romper com essa negação para que o tratamento seja bem-sucedido. É bom ressaltar que sempre a escolha da instituição não deve ser feita nos mesmos moldes como se escolhe um hotel fazenda ou um spa.
13. Para a medicina o Brasil, a dependência química é uma doença crônica (ou seja, ela não tem cura e ainda é progressiva e fatal. Na internação em uma clínica o paciente está em ambiente protegido. Ao ter alta médica ele está totalmente desintoxicado, mas ainda não tem preparo ment para lidar com algumas situações, pessoas e emoções de risco. O tratamento pós-internação é imprescindível, pois ajuda a pessoa a desenvolver estratégias de enfrentamento para situações de risco, melhorar a autoestima, prevenir recaídas e reorganizar a nova rotina diária.
14. Sala de Narcóticos Anônimos e Alcoólicos Anônimos são as melhores opções para quem não quer se internar e para quem quer fazer pós tratamento principalmente.
FONTES:
Psiquiatra do CAPS III (Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas) Jardim Ângela, gerenciado pelo Cejam (Centro de Estudos e Pesquisas Dr. João Amorim), em São Paulo (SP), e Leonard, psiquiatra especializado em Hipnose Dinâmica e Medicina Psicossomática, de São Paulo (SP)